Wednesday, 24 June 2009

Publicado Quarta-feira, 9 de Julho de 2008

Natália Viggiano
Diário do Pará

Belém- “É uma homenagem a Santarém”. Essa é a definição de Sebastião Tapajós para o seu primeiro álbum duplo, Cordas do Tapajós, que reúne os músicos Moacir Santos (violonista), Djalma Pereira (violonista e cavaquinista), Derek (violonista e cavaquinista), e a cantora Kaila Moura, todos de Santarém, além dos percussionistas belenenses Márcio Jardim e Arlindo Castro, o Dadadá.
“ Esse trabalho foi uma feliz idéia do Carlos Tonini, presidente do Sesc. Quanto aos músicos, eu já os conhecia, já tínhamos gravado outros trabalhos juntos, inclusive com os mais novos. É necessário prestigiarmos talentos como o Derek e a Kaila, que ainda estão começando”, disse Sebastião.
O trabalho, produzido nos meses de fevereiro e abril deste ano, será lançado hoje, às 21h, no Theatro da Paz, com direção musical do próprio Sebastião Tapajós, que criou os arranjos de todas as músicas gravadas. “Esse show vai ser uma felicidade, principalmente para quem está esperando novidades. O público irá se surpreender com a voz da Kaila”, disse o violonista.
O Cordas do Tapajós reúne os mais variados ritmos, que vão do carimbó à música espanhola e do samba à valsa. No repertório são 20 músicas divididas em dois CDs, um instrumental, com canções, como Lágrimas do Meu Rio e Notas para o Isoca e outro cantado, com Auto e Festa do Çairé, de Sebastião Tapajós e o jornalista Avelino du Vale, e Lavanderias de Santarém, de Tapajós com Antônio Carlos Maranhão.
O já falecido compositor santareno Wilson Fonseca, conhecido como Isoca, foi homenageado no álbum instrumental com a composição Pérola do Tapajós e em três, das 10 composições interpretadas pela cantora Kaila Moura, Terra Querida, Um Poema de Amor e Canção de Minha Saudade.Além desse novo trabalho, o violonista pretende lançar mais um, até o final do ano, denominado Tempo de Espera.
“É um CD que vai falar de amor, mas de uma maneira carioca, com gafieiras bem urbanas. Serão 13 faixas, sendo 12 instrumentais e a canção Tempo de Espera, interpretada pela Kaila Moura”, disse Sebastião.
Com 56 anos de carreira, Sebastião Tapajós gravou inúmeros trabalhos, dentre eles: Ontem e Sempre, Amazônia Brasileira, Choros e Valsas do Pará; Cantos e Contos da Floresta Nacional do Tapajós, disco realizado por iniciativa do Ibama, de circulação restrita aos ribeirinhos do rio Tapajós. Além de oito discos em Buenos Aires, cinco em Tóquio e muitos outros em países europeus.
“ A discografia do Sebastião está em processo de levantamento, são tantos trabalhos que até ele já perdeu as contas. E mesmo assim ele ainda tem várias músicas inéditas gravadas em fitas que estão guardadas dentro de baú. O Billy Blanco é um dos seus maiores parceiros nessas músicas”, disse o produtor e jornalista Avvelino do Vale.
Sebastião Tapajós começou a tocar violão aos seis anos, dedilhando o instrumento do pai, de quem carrega o primeiro nome e a paixão pela música. Durante sua carreira o violonista, já morou no Rio de Janeiro e em Berlim, mas em 1997 retornou para sua cidade natal, Santarém, onde reside até hoje.
A carreira de Sebastião Tapajós poderá virar um documentário, com o projeto que vem sendo desenvolvido para mostrar como o violonista se consagrou junto ao público e à crítica nacional e internacional como um dos melhores violonistas do mundo.“ A vida do Tapajós sempre foi relacionada à Amazônia, inclusive nas suas músicas. Antes mesmo da Amazônia virar o centro das atenções, o Sebastião já a divulgava para o mundo e sempre de uma maneira muito positiva. Por isso, é necessário registrar a vida desse artista que é considerado um dos maiores violonistas e homenageá-lo ainda em vida”, disse Avvelino do Vale.

acesso: http://blogdoestado.blogspot.com/2008/07/sebastio-tapajs-lana-primeiro-lbum.html

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