Tuesday 23 November 2010

“A música é um idioma que se entende em qualquer lugar do mundo, eu estando aqui, ou na Alemanha, o sentimento é o mesmo para quem toca e para quem ouve”

Clube do Choro de Brasilia






Fotos: Renata Samarco

Friday 12 November 2010

Os Estatutos do Homem - Thiago de Melo


Os Estatutos do Homem - Thiago de Melo
A Carlos Heitor Cony

Artigo I
Fica decretado que agora vale a verdade. agora vale a vida, e de mãos dadas, marcharemos todos pela vida verdadeira.
Artigo II
Fica decretado que todos os dias da semana, inclusive as terças-feiras mais cinzentas, têm direito a converter-se em manhãs de domingo.
Artigo III
Fica decretado que, a partir deste instante, haverá girassóis em todas as janelas, que os girassóis terão direito a abrir-se dentro da sombra; e que as janelas devem permanecer, o dia inteiro, abertas para o verde onde cresce a esperança.
Artigo IV
Fica decretado que o homem não precisará nunca mais duvidar do homem. Que o homem confiará no homem como a palmeira confia no vento, como o vento confia no ar, como o ar confia no campo azul do céu.
Parágrafo único:
O homem, confiará no homem, como um menino confia em outro menino.
Artigo V
Fica decretado que os homens estão livres do jugo da mentira. Nunca mais será preciso usar a couraça do silêncio nem a armadura de palavras. O homem se sentará à mesa com seu olhar limpo porque a verdade passará a ser servida antes da sobremesa.
Artigo VI
Fica estabelecida, durante dez séculos, a prática sonhada pelo profeta Isaías,
e o lobo e o cordeiro pastarão juntos e a comida de ambos terá o mesmo gosto de aurora.
Artigo VII
Por decreto irrevogável fica estabelecido o reinado permanente da justiça e da claridade, e a alegria será uma bandeira generosa para sempre desfraldada na alma do povo.
Artigo VIII
Fica decretado que a maior dor sempre foi e será sempre não poder dar-se amor a quem se ama e saber que é a água que dá à planta o milagre da flor.
Artigo IX
Fica permitido que o pão de cada dia tenha no homem o sinal de seu suor. Mas que sobretudo tenha sempre o quente sabor da ternura.
Artigo X
Fica permitido a qualquer pessoa, qualquer hora da vida, uso do traje branco.
Artigo XI
Fica decretado, por definição, que o homem é um animal que ama e que por isso é belo, muito mais belo que a estrela da manhã.
Artigo XII
Decreta-se que nada será obrigado nem proibido, tudo será permitido, inclusive brincar com os rinocerontes e caminhar pelas tardes com uma imensa begônia na lapela.
Parágrafo único: Só uma coisa fica proibida: amar sem amor.
Artigo XIII
Fica decretado que o dinheiro não poderá nunca mais comprar o sol das manhãs vindouras. Expulso do grande baú do medo, o dinheiro se transformará em uma espada fraternal para defender o direito de cantar e a festa do dia que chegou. e o lobo e o cordeiro pastarão juntos e a comida de ambos terá o mesmo gosto de aurora.
Artigo VII Por decreto irrevogável fica estabelecido o reinado permanente da justiça e da claridade, e a alegria será uma bandeira generosa para sempre desfraldada na alma do povo.
Artigo VIII Fica decretado que a maior dor sempre foi e será sempre não poder dar-se amor a quem se ama e saber que é a água que dá à planta o milagre da flor.
Artigo IX Fica permitido que o pão de cada dia tenha no homem o sinal de seu suor. Mas que sobretudo tenha sempre o quente sabor da ternura.
Artigo X Fica permitido a qualquer pessoa, qualquer hora da vida, uso do traje branco.
Artigo XI Fica decretado, por definição, que o homem é um animal que ama e que por isso é belo, muito mais belo que a estrela da manhã.
Artigo XII Decreta-se que nada será obrigado nem proibido, tudo será permitido, inclusive brincar com os rinocerontes e caminhar pelas tardes com uma imensa begônia na lapela.
Parágrafo único: Só uma coisa fica proibida: amar sem amor.
Artigo XIII Fica decretado que o dinheiro não poderá nunca mais comprar o sol das manhãs vindouras. Expulso do grande baú do medo, o dinheiro se transformará em uma espada fraternal para defender o direito de cantar e a festa do dia que chegou.
Artigo Final.
Fica proibido o uso da palavra liberdade, a qual será suprimida dos dicionários e do pântano enganoso das bocas. A partir deste instante a liberdade será algo vivo e transparente como um fogo ou um rio, e a sua morada será sempre o coração do homem. Não tenho um caminho novo. O que eu tenho de novo é um jeito de caminhar.

Thursday 11 November 2010

Mauricio Einhorn


Maurício Einhorn, creative improviser on the jazz harmonica and composer of several classics of bossa nova, had his songs recorded by Tom Jobim, Cannonball Adderley, Herbie Mann, Paquito d'Rivera, Leny Andrade, Lito Nebbia, and others. Some of his hits are "Different Beat" ("Batida Diferente," written with Durval Ferreira), "Cloud" ("Nuvem"), "There We Are" ("Estamos Aí," written with Durval Ferreira/Regina Werneck), "Tristeza de Nós Dois" (written with Durval Ferreira/Bebeto), "Alvorada," "Joyce's Samba," and "Sambop." Einhorn's debut was as early as 1947 on the Rádio Tupi in the show Programa das Gaitas Hering (named after a harmonica factory which sponsored the program). In 1949, he recorded for the first time, with the harmonica group Brazilian Rascals, the theme "Portate Bien." In the same year, he performed with Waldir Azevedo and his regional band at the Rádio Clube do Brasil.

Einhorn had an original song recorded for the first time in 1960: "Sambop" (written with Durval Ferreira) and "Tristeza de Nós Dois" (written with Durval Ferreira/Bebeto), by Claudette Soares on the LP Nova Geração em Ritmo de Samba, on which Einhorn also participated as a sideman. Having recorded with a who's who of Brazilian music since then, he only cut his own first LP in 1975, The Oscar Winners, reissued two years later as A Era de Ouro do Cinema. In 1979, Einhorn participated in the Montreux Festival (Switzerland) with David Sanborn, Monty Alexander, and Nina Simone. In 1984, he recorded in duo with Sebastião Tapajós on guitar (having as a special guest the bassist Arismar do Espírito Santo) the notable LP Maurício Einhorn & Sebastião Tapajós. Invited by Pete Pedersen, Einhorn participated in 1997 in a show realized by the SPAH (Association of Preservation of the Harmonica) in Troy, MI, in a duo with Joe Carter; with whom he also performed in the same year at the International Harmonica Hohner Festival, in Trossingen (Germany), invited by Arnold Kutzli.

Wednesday 10 November 2010

"Tempo de Espera" Sebastiao Tapajos


Remanescente de uma geração de violonistas brasileiros de projeção internacional precedido no início da atividade profissional pelos cariocas Luiz Bonfá (1922 - 2001) e Baden Powell (1937 - 2000), deste tendo sido amigo e dos dois tendo merecido elogiosas declarações, o paraense Sebastião Tapajós, 66 anos, criou na música instrumental, como solista, a singularidade dele. Compõe muito, grava muito e frequentemente divide palco e discos com outros instrumentistas. Apesar da preferência pelo instrumental, gosta também de trabalhar com intérpretes vocais.Uma nova safra é o que ele vai lançar em um novo CD e no correspondente show, ambos intitulados "Tempo de Espera", em Belém, quarta-feira (10), no Teatro do Centro Cultural Brasil- Estados Unidos – CCBEU.

No show, como fez para o CD, Sebastião Tapajós tocará sozinho e em formações diversas. Essas formações irão do duo ao quinteto, com os paraenses Ney Conceição, contrabaixista, Márcio Jardim, percussionista, que tocam no CD e, pela primeira vez com Sebastião Tapajós, Diego Xavier, ao cavaquinho, e Patrícia Rabelo, cantando. Ney Conceição é um dos músicos com quem Tapajós mais gosta de tocar, e, como a recíproca é verdadeira, virá do Rio de Janeiro, onde reside, chegando a Belém terça-feira, apenas para se apresentar no dia seguinte com o violonista e parceiro de muitas composições. Márcio Jardim integra o Trio Manari, com o qual Tapajós e Ney terminaram de gravar em Belém, em outubro, um CD, que está em fase de mixagem e masterização no Rio.

No palco, destaque para Patrícia Rabelo

Antes do CD "Tempo de Espera", Márcio já havia gravado o álbum discográfico duplo "Sebastião Tapajós / Cordas do Tapajós". Diego Xavier é neto de Vaíco, um violonista paraense admirado por Sebastião. Herdou do avô o talento para a música. Toca violão, bandolim e cavaquinho, integrando o grupo Charme do Choro. Além de fazer, estuda e leciona música. Foi convidado para tocar na vaga aberta pelo violonista santareno Derek, discípulo de Tapajós, e que no CD toca cavaquinho, mas, motivado pelo mestre, está em Portugal, estudando violão e fazendo shows. A participação de Patrícia Rabelo no espetáculo, igualmente, tem razão de ser nas qualidades dela como cantora. Não por acaso Patrícia vem arrebatando prêmios de melhor intérprete vocal em festivais de música. Com o pianista Paulo José Campos de Melo, ela gravou o primeiro CD, a ser lançado.

O repertório do show "Tempo de Espera", todo de autoria de Tapajós, será tão diversificado quanto o do CD, com chorinhos, sambas de diversos andamentos, baião, canção e até valsa. Patrícia Rabelo cantará entre outras a música título do show e do CD, no qual o intérprete vocal é Pery Ribeiro. "Tempo de Espera" é a única composição gravada no disco que tem letra, criada por um amigo de Tapajós, o empresário José Maria Barale.

Sunday 7 November 2010

Radamés Gnattali & Guerra-Peixe by ST



Download at http://musicabrconcerto.blogspot.com/2010/03/sebastiao-tapajos-interpreta-radames.html

Villa Lobos


Tapajós é um dos poucos virtuosos do violão, se não o único, que está à vontade tanto no repertório clássico como no folclórico e popular. Cultiva de tal forma a arte de sua música que às vezes parece até irreal."
nada
Frankfurter Nachrichten

Encontro de Solistas/ O quarteto Fantastico



Sem dúvidas esse é um dos melhores discos de música instrumental brasileira que já ouvi sendo fortíssimo candidato ao primeiro lugar. Sinceramente não sei descrever a sensação que tive ao escutar esse álbum, talvez um misto de euforia e orgulho de ter a música brasileira como uma das melhores e mais ricas do mundo. O texto pode parecer exagerado, mas só assim consigo passar um pouco do prazer que tive ao escutar cada nota chorada deste trabalho. E não é por menos, os solistas que aqui se encontram são ninguém menos que Mauricio Einhorn, Sebastião Tapajós, Gilson Peranzzetta e Altamiro Carrilho. Agradeço fortemente ao colecionador (e meu vô) Sérgio Simões pelos ótimos CD's e LP's de música brasileira que me fez ter contato.

Tentei escrever algo sobre cada solista, mas percebi que não poderia fazer de forma mais apropriada e concisa do que o texto que vem no encarte. E aqui vai ele:

Altamiro Carrilho (flauta)
Considerado um dos maiores flautistas do mundo, é símbolo vivo de um ritmo totalmente brasileiro, que é o choro. E "chorando" em cada nota, em cada sopro, em cada pausa, em sua alma brasileira, ele emociona a todos, das crianças aos mais velhos.

Sebastião Tapajós (violão)
Uma crítica alemã foi quem melhor definiu Tapajós: "... ele é ao mesmo tempo clássico, folclórico e popular. É o músico com verdadeiro sentimento brasileiro... seu violão, tem o som rico, cheio, quente, que leva sua interpretação a crescer numa dinâmica orquestral...". Compositor e virtuose no violão, possui mais de 50 discos gravados, mais da metade deles no exterior.

Mauricio Einhorn (harmônica de boca)
Com mais de 50 anos de carreira, iniciou-se aos 5 anos de idade no pequeno instrumento que já o tornou grande para o mundo todo. Autodidata, desenvolveu a técnica de execução de harmônica, conseguindo transformar seu instrumento na "gaita mágica", quando une seu talento de improvisador às suas carismáticas composições.




Gilson Peranzzetta (piano)
Pianista, compositor e arranjador, possui sólida carreira internacional. Citado por Quincy Jones como um dos cinco melhores arranjadores do mundo, Gilson iniciou sua carreira solo em 1985, tendo trabalhado 10 anos ao lado de Ivan Lins. Sua obra é marcada pelo talento, sensibilidade e refinamento criativo.

Noel de Medeiros Rosa (December 11, 1910 - May 4, 1937) was a Brazilian songwriter, singer, and guitar/banjo player. One of the greatest names in Brazilian popular music, Noel gave a new twist to samba, combining its Afro-Brazilian roots with a more urban, witty language and making it a vehicle for ironic social commentary.

Noel Rosa was born in Rio de Janeiro into a middle-class family of the Vila Isabel neighbourhood. An accident with a forceps at his birth caused the disfigured chin that would haunt him all his short life. He learned to play the bandolim while still a teenager, and soon moved on to the guitar. Although Noel started medicine studies, he gave most of his attention to music and would spend whole nights in bars drinking and playing with other samba musicians. Together with Braguinha and Almirante he formed the musical group "Bando de Tangarás". Soon he started composing sambas, and had his breakthrough with "Com que roupa?", one of the biggest hits of 1931 and the first in a string of memorable compositions. Noel was a good friend of Cartola, who have received and trated him after some drinking nights several times in his house on the Mangueira's slum.

In the early 1930s Noel Rosa started to show signs of a tuberculosis. He would occasionally leave for treatment on mountain resorts, but always ended up coming back to Rio and the nightlife. In 1934 he married Lindaura Martins, a seventeen-year old neighbour, but that didn't keep him from having affairs with other women. Noel was a heavy smoker, and most of his photographs show him with a cigarette hanging from his lower lip. By the later 1930s his health had seriously deteriorated, and he died in 1937 at the age of 26.

souce wikipedia

Billy Blanco


BILLY BLANCO (William Blanco Trindade) é um dos dos compositores mais importantes da MPB. Nasceu em Belém do Pará em 1924. Desde os dez anos já praticava poesia, fazendo suas redações todas em versos, sendo sempre nota dez em português. Interessou-se pela música desde cedo, fazendo inicialmente paródias, com letras diferentes em músicas conhecidas.

Escutava as estações de rádio do Rio de Janeiro, num rádio chamado Galena de um vizinho seu. Era uma agulha de costura comum, que sintonizava as estações percorrendo um cristal de rocha e que transmitia à fone de ouvido. Naquela oportunidade, tomou conhecimento da música de Noel Rosa e seu parceiro, o maestro Vadico (Oswaldo Gogliano), se impressionou com a qualidade da letra de Noel, e a música de Vadico. Daí a sua preocupação, ao escrever seus sambas, com a elaboração das letras, os assuntos e a composição das melodias.

Na juventude já participava de shows nos quartéis, hospitais e escolas, época em que os compositores e músicos iniciantes eram chamados “amador marrom” porque já recebiam algum dinheiro por suas apresentações. Depois de passar pelos colégios Moderno, Nazaré e Ginásio Paes de Carvalho, ingressou na Escola de Engenharia do Pará, hoje Universidade Federal. Na segunda série de engenharia civil, foi para São Paulo na década de 40, em busca de arquitetura que não tinha na Escola do Pará, ingressando no então Mackenzie College, universidade americana tradicional.

Ao passar para o quarto ano, foi para o Rio de Janeiro e conheceu o arquiteto Sérgio Bernardes de quem se tornou amigo. Sérgio conseguiu matriculá-lo na Faculdade de Arquitetura e Belas Artes do Rio de Janeiro e Billy se mudou definitivamente para o Rio, indo trabalhar como desenhista nos escritórios de Sérgio Bernardes até se formar arquiteto em 1950.

Sua vinda para o Rio, lhe proporcionou gravar as primeiras músicas, o que não tinha conseguido em São Paulo. Daí por diante, freqüentando o meio musical, conheceu Dolores Duran que o apresentou aos vários cartazes da década de 50, como Lúcio Alves, Dick Farney, Silvio Caldas, Isaura Garcia, Elizete Cardoso, Radamés Gnattalli, João Gilberto e a dois compositores famosos – Armando Cavalcanti e Klécius Caldas, oficiais do exército que muito ajudaram e orientaram lançando Billy Blanco no mercado musical.

Suas primeiras composições, já profissionais, foram lançadas, cantadas e gravadas por Leda Barbosa, Dolores Duran, Mary Gonçalves, Neusa Maria, Linda Batista e outros. Seu primeiro sucesso foi “Estatutos da Gafieira”, cantado por Inesita Barroso e regravados por vários cantores.

Conheceu Aloysio de Oliveira, produtor e músico que “obrigou” Billy a cantar no seu primeiro disco para o selo Elenco (da gravadora Odeon). Em seguida jogou Billy em vários shows de boite, teatro e casas de espetáculos.

Rara e histórica coincidência, Billy ao chegar no quarto ano de arquitetura da Universidade do Brasil, ficou sabendo que deveria estar ali como colega de turma, um rapaz que também era compositor chamado Antonio Carlos Jobim, que havia trancado a matrícula ainda no primeiro ano. Nessa ocasião Jobim pedira ao padrasto – Dr. Celso Frota Pessoa – que alugasse um piano para ele, o que foi atendido, resultando no início do maior compositor do Brasil. Billy perguntou onde encontraria o ex-quase colega. Tom tocava na noite no bar “Posto Cinco” na Av. Atlântica e foi lá conhecê-lo.

Tom e Billy tornaram-se parceiros em várias canções. Freqüentavam, com Radamés e Garoto, no Morro da Viúva, a casa do Dr. Raul Marques de Azevedo que possuía o primeiro aparelho de alta fidelidade da cidade e a quem Tom apelidou de “Seu Vitrola”.

Billy também fez parcerias com Baden Powell, entre as quais Samba Triste, com mais de 50 gravações no exterior. Criou um estilo próprio, descrevendo com perspicácia as situações a sua volta, ora com humor (talvez sua face mais conhecida), ora no gênero exaltação, outras vezes falando de amor e desilusão.

Nos anos 50 e 60, os ídolos da época gravaram diversos sucessos seus: Dick Farney, Lúcio Alves, Elis Regina, João Gilberto, Dolores Duran (de quem foi namorado, antes dos respectivos casamentos), Silvio Caldas, Nora Ney, Jamelão, Elisete Cardoso, Dóris Monteiro, Jorge Goulart, Os Cariocas, Pery Ribeiro, Miltinho, Hebe Camargo e outros. Composições como Mocinho Bonito, Viva meu Samba e Estatutos da Gafieira tornaram-se temas ínesquecíveis. Suas canções têm sido constantemente regravadas por nomes como Maria Bethânia, Emílio Santiago e Zé Renato, além de serem utilizadas em trilhas de comerciais e novelas. A mais recente foi Desencanto, parceria com Sebastião Tapajós, um dos temas da novela da Globo, Uma história de amor, na voz de Ana Lemgruber.

Quando Billy Blanco apareceu, foi comparado a Noel Rosa pela graça com que fazia crônicas musicais do Rio de Janeiro. Ele, que nos descreveu tantos personagens, também se fez uma figura do Rio; anda sempre de branco, em respeito ao próprio nome, com bigodão e rabo-de-cavalo, por Copacabana, onde faz suas caminhadas matinais, puxa papo, conta piadas e é cavalheiro. A impressão que se tem é que ele, depois de criar três filhos e um nome respeitável na arquitetura e na música, não se leva muito a sério; ri das próprias mazelas da idade.

É considerado um dos precursores da Bossa Nova, pois suas canções já eram leves numa época onde reinava a dor-de-cotovelo do samba-canção. Sobre este ponto é necessário falar da Sinfonia do Rio de Janeiro – Suíte Popular em Ritmo de Samba. Composta por Billy e Tom, ambos criando letra e música, a partir de uma sugestão de Billy que, ao se deparar com a visão da Cidade Maravilhosa, de dentro de um lotação, pensou alto o tema: “Rio de Janeiro, que eu sempre hei de amar, Rio de Janeiro a montanha, sol o mar!” Na Sinfonia, o samba foi tratado como status de música erudita, antecipando o rigor camerístico com que João Gilberto abordaria o samba anos depois. Destacou-se, entre outros, o trecho Descendo o Morro, de moderna melodia cromática, e a A Montanha/O Morro, onde os dois doutores do asfalto reverenciam o samba de gente simples da favela.

Com côro, orquestra (arranjada por Radamés Gnatalli) e elenco de estrelas da voz, a Sinfonia foi um ambicioso projeto de dois jovens que, depois de longa peregrinação pelas gravadoras, conseguiram realizá-la pela Sinter em acordo com a Continental.

Era muito difícil conseguir espaço num meio onde reinavam Ary Barroso, Caymmi e Ataulfo Alves. Íam para os corredores das rádios, de violão na mão, para tentar mostrar as músicas para os artistas. Mas a Sinfonia surtiu o efeito desejado: pouco tempo depois do lançamento, todos do meio musical perguntavam quem eram aqueles dois talentosos rapazes.

Conta Carlos Lyra que Billy o ajudava com dicas e correções em suas músicas, quando o autor era ainda um menino. Ambos eram muito amigos de Tom. Billy diz: “Naquela época, todos nós dávamos sugestões uns aos outros”. Conta uma curiosidade: quando João Gilberto foi chamado para tocar no Carnegie Hall, não tinha violão e ninguém se arriscava a emprestar um a ele. Mesmo não indo, Billy ofereceu o seu, João aceitou, tocou em Nova York e foi aquele sucesso todo. João voltou, devolveu o pinho, e de alguma forma retribuiu, anos depois, gravando a bela Esperança Perdida.

Billy Blanco domina completamente a arte de compor. Doutor paraense que se fez bamba no samba carioca, envereda pela bossa, pelo carimbo, pela toada. Tem gosto especial em compor suítes populares em homenagem a cidades. Além da Sinfonia do Rio de Janeiro, fez sozinho a Guajará, suíte de- Arco-Íris, para Belém, com arranjos de Gilson Peranzetta – interpretada por Leila Pinheiro, Pery Ribeiro, Lucinha Bastos, MPB4 e Quarteto em Cy e Paulistana, Retrato de uma Cidade.

A Paulistana, concluída em 1974, trabalhada durante dez anos, consiste em quinze músicas, que foram cantadas por Elza Soares, Pery Ribeiro, Cláudia, Claudete Soares, Nadinho da Ilha, Coro do Teatro Municipal e Miltinho. Produzida por Aloysio de Oliveira e orquestrada pelo maestro Chico de Moraes, destaca-se na Paulistana o carimbó-épico Monções, e a original fusão bossa-pop em O Tempo e a Hora, cujo refrão retrata a correria do dia-a-dia das cidades: “Vambora, vambora, olha a hora ! Vambora !” Billy trabalha no momento em mais uma homenagem: As Alagoas.

O velho coração de Billy sofreu um enfarte em 95, que o levou “às portas do céu”, como ele conta na bem-humorada Canta Coração. Foi recusado na entrada por que esqueceu o “passaporte carimbado” e voltou para fazer mais “uns sambas pro povo”. E tem feito bastante coisa: 56 parcerias com o violonista Sebastião Tapajós e outras tantas sozinho ou com outros parceiros, num total de 500 músicas, 300 das quais já gravadas.

Em novembro passado, foi homenageado com uma grande noite no Teatro Rival, por ocasião do lançamento do CD Tributo a Billy Blanco, pela Leblon Records, no projeto A Grande Chance idealizado pelo radialista José Messias, reunindo dez canções de Billy: Tributo foi cuidadosamente produzido pór Ana Duarte, esposa de seu grande amigo Pery Ribeiro.

Em 96, Billy lançou o livro Tirando de Letra e Música, pela editora Record, já na 2a. edição. Misto de autobiografia, livro de letras e songbook, com casos, curiosidades e um pouco da estória da MPB. Também é de 96 seu mais recente CD: Billy Blanco Informal, gravado ao vivo no Vinícius Bar, com arranjos de Célia Vaz, pela gravadora CID.

Em 1964, por ocasião do arquivamento da democracia e suas liberdades no país, regime de recessão que proporcionou a vários intelectuais uma temporada de veraneio nos quartéis e no exterior, Billy, depois de pagar sua cota de inteligência reprimida, foi para Nova Iorque por sessenta dias em companhia do então governador do Rio de Janeiro, Dr. Carlos Lacerda (que logo seria também execrado pelo regime), a fim de traduzirem a peça “How to succeed in business without really trying”, que virou no Brasil “Como vencer na vida sem fazer força”. Foi Alfredo Machado, então presidente da Editora Record, que iria produzir com Oscar Ornstein a peça no Brasil, quem mandou Billy para os EUA com a incumbência de assistir quantas vezes fossem necessárias a peça, para se concretizar a adaptação ( não simplesmente a versão) das 18 músicas da peça. Os diálogos estavam a cargo de Carlos Lacerda.

Em seguida foi feito o mesmo processo para “Sound of Music” que tomou no Brasil o título de “Música, Divina Música”, esta em parceria coma Marise Murray. Escreveu para cinema e teatro, destacando-se o musical ‘Chico do Pasmado” com Aurimar Rocha – “Rio de Janeiro a Janeiro” de parceria com Tom Jobim para o show de Carlos Machado na boite Night and Day. Teve músicas em vários dos famosos “Carnavais Atlântida” filmados no Rio e no filme de Hugo Christensen “Crônica da Cidade Amada”.

Seu próximo lançamento será o CD “A Bossa de Billy Blanco”, pela gravadora Biscoito Fino.



SEBASTIÃO TAPAJÓS

Conheço o Billy desde 1967 e faço questão de preservar esta amizade até sempre, pois é um ser humano maravilhoso, digno de prêmio Nobel, como compositor e autor é genial.

Tenho tido o privilégio de conviver e aprender muito com ele. O Brasil tem no Billy um dos mais importantes compositores de todos os tempos. O Billy é sinônimo de melodia, harmonia e ritmo.

Um de seus humildes parceiros,

Sebastião Tapajós

Santarém, 25 de Outubro de 2002.

Sebastião Tapajós, compositor, amigo e parceiro de Billy Blanco.

Paulo Andre Barata


Compositor. Cantor. Instrumentista. Filho de Ruy Barata, seu parceiro em muitas músicas. Considerado um dos grandes nomes da música popular contemporânea da cidade de Belém. , tai o LINK >>>>>> http://rapidshare.com/files/35056073/PauloAndre_Barada__-__Paulo_pra_sempre_rui.rar.html O dia 25 de setembro , aniversario de paulo andre barata , foi instituido o dia ESTADUAL DA MUSICA PARAENSE , me homenagem a paulo andre , a interprete FAFA DE BELEM ,, cantou a maioria das musicas de paulo e rui barata. Paupixuna , esse rio e minha rua , foi assim ,, grandes sucessos de paulo andre , confira
Postado por O CANTAR PAI D'EGUA às 11:57

http://musicapaidegua.blogspot.com/2007/06/paulo-andre-barata-pra-sempre-rui.html

"Tempo de Espera" Sebastiao Tapajos

Remanescente de uma geração de violonistas brasileiros de projeção internacional precedido no início da atividade profissional pelos cariocas Luiz Bonfá (1922 - 2001) e Baden Powell (1937 - 2000), deste tendo sido amigo e dos dois tendo merecido elogiosas declarações, o paraense Sebastião Tapajós, 66 anos, criou na música instrumental, como solista, a singularidade dele. Compõe muito, grava muito e frequentemente divide palco e discos com outros instrumentistas. Apesar da preferência pelo instrumental, gosta também de trabalhar com intérpretes vocais.Uma nova safra é o que ele vai lançar em um novo CD e no correspondente show, ambos intitulados "Tempo de Espera", em Belém, quarta-feira (10), no Teatro do Centro Cultural Brasil- Estados Unidos – CCBEU.

No show, como fez para o CD, Sebastião Tapajós tocará sozinho e em formações diversas. Essas formações irão do duo ao quinteto, com os paraenses Ney Conceição, contrabaixista, Márcio Jardim, percussionista, que tocam no CD e, pela primeira vez com Sebastião Tapajós, Diego Xavier, ao cavaquinho, e Patrícia Rabelo, cantando. Ney Conceição é um dos músicos com quem Tapajós mais gosta de tocar, e, como a recíproca é verdadeira, virá do Rio de Janeiro, onde reside, chegando a Belém terça-feira, apenas para se apresentar no dia seguinte com o violonista e parceiro de muitas composições. Márcio Jardim integra o Trio Manari, com o qual Tapajós e Ney terminaram de gravar em Belém, em outubro, um CD, que está em fase de mixagem e masterização no Rio.

No palco, destaque para Patrícia Rabelo

Antes do CD "Tempo de Espera", Márcio já havia gravado o álbum discográfico duplo "Sebastião Tapajós / Cordas do Tapajós". Diego Xavier é neto de Vaíco, um violonista paraense admirado por Sebastião. Herdou do avô o talento para a música. Toca violão, bandolim e cavaquinho, integrando o grupo Charme do Choro. Além de fazer, estuda e leciona música. Foi convidado para tocar na vaga aberta pelo violonista santareno Derek, discípulo de Tapajós, e que no CD toca cavaquinho, mas, motivado pelo mestre, está em Portugal, estudando violão e fazendo shows. A participação de Patrícia Rabelo no espetáculo, igualmente, tem razão de ser nas qualidades dela como cantora. Não por acaso Patrícia vem arrebatando prêmios de melhor intérprete vocal em festivais de música. Com o pianista Paulo José Campos de Melo, ela gravou o primeiro CD, a ser lançado.

O repertório do show "Tempo de Espera", todo de autoria de Tapajós, será tão diversificado quanto o do CD, com chorinhos, sambas de diversos andamentos, baião, canção e até valsa. Patrícia Rabelo cantará entre outras a música título do show e do CD, no qual o intérprete vocal é Pery Ribeiro. "Tempo de Espera" é a única composição gravada no disco que tem letra, criada por um amigo de Tapajós, o empresário José Maria Barale.

Serviço

Show de lançamento do CD "Tempo de Espera", de Sebastião Tapajós. Quarta-feira, 10, às 21h. Teatro do CCBEU. Ingresso: R$ 25 (inteira), R$ 10 (meia). Promoção: um CD por inteira, brinde do artista, no ato da compra. Informações: (91) 8190-8808 / 9978-9646 / 9191-5313.

http://www.orm.com.br/amazoniajornal/interna/default.asp?modulo=829&codigo=498678

Ney Conceição


É músico autodidata, contrabaixista, arranjador e compositor.

Iniciou sua carreira em Belém do Pará, sua terra natal, tocando com vários artistas locais, inclusive com expoentes do folclore regional. Em 1996 transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde deixa escrito seu nome entre os grandes instrumentista do país.

Tendo participado de inúmeras gravações, e tocado com grandes nomes do cenário musical brasileiro e internacional, como: Airto Moreira, Arthur Lipner - com quem gravou em NY, Carlos Malta, Cláudio Daeulsberg - com quem excursionou pelo Brasil e Europa, incluindo participação no festival de jazz de Montreaux, quando gravaram CD ao vivo, Cláudio Nucci, Danilo Caymmi - fazendo turnês pelo Brasil e Europa, Daniel Gonzaga, Dário Galante, Fátima Guedes, Gilson Peranzetta, Gonzalo Rubalcaba, Jane Duboc, João Donato, João Nogueira, Luíz Avellar, Márcio Montarroyos, Maurício Heinhorn, Marco Rezende, Marcos Amorim, Moraes Moreira, Naná Vasconcelos, Pascoal Meirelles, Paulinho Trumpete, Paulo Moura, Roberto Menescal, Sivuca, Sebastião Tapajós - excursionando por inúmeras cidades brasileiras, turnês na Europa nos anos de 1997, 1998, 1999 e 2000, e América Latina, além da gravação da trilha sonora de um longa metragem, "Lendas Amazônicas", e sete cds de carreira do mesmo, Wanda Sá, Widor Santiago, Wilson Meirelles,Zé Keti e Zé Roberto Bertrami, entre outros.

Com Robertinho Silva gravou o cd, "JAQUEDU", no ano de 2000, com quem também viajou pelo Brasil, EUA e Europa. Em 2005 lançou seu primeiro disco solo e todo autoral intitulado "Ney Conceição".

Atualmente, junto com Kiko Freitas e Nelson Faria, faz parte do trio que acompanha o cantor e compositor João Bosco.
Com João Bosco gravou o cd "Malabarista do Sinal Vermelho" e o primeiro DVD do artista, "Obrigado Gente!", e excusionam pelo mundo. Incluindo shows no "Blue Note" de Tókio e New York, e toda a Europa.

Luis Bonfá


Bonfá was born on October 17, 1922 in Rio de Janeiro. He began teaching himself to play guitar as a child; he studied in Rio with Uruguayan classical guitarist Isaías Sávio from the age of twelve. These weekly lessons entailed a long, harsh commute by rail and on foot from his family home in the western rural outskirts of Rio de Janeiro to the teacher's home in the hills of Santa Teresa. Given Bonfá's extraordinary dedication and talent for the guitar, Sávio excused the youngster's inability to pay for his lessons.

Bonfá first gained widespread exposure in Brazil in 1947 when he was featured on Rio's Rádio Nacional, then an important showcase for up-and-coming talent. He was a member of the vocal group Quitandinha Serenaders in the late 1940s. Some of his compositions were recorded and performed by Brazilian crooner Dick Farney in the 1950s. It was through Farney that Bonfá was introduced to Antonio Carlos Jobim and Vinicius de Moraes, the leading songwriting team behind the worldwide explosion of Brazilian jazz/pop music in the late 1950s and 1960s. Bonfá collaborated with these and with other prominent Brazilian musicians and artists in productions of de Moraes' anthological play Orfeu da Conceição, which several years later gave origin to Marcel Camus' legendary film "Black Orpheus" (Orfeu Negro in Portuguese). In the burgeoning days of Rio de Janeiro's thriving jazz scene, it was commonplace for musicians, artists, and dramatists to collaborate in such theatrical presentations. Bonfá wrote some of the original music featured in the film, including the numbers "Samba de Orfeu" and his most famous composition, "Manhã de Carnaval" (of which Carl Sigman later wrote a different set of English lyrics titled "A Day in the Life of a Fool"), which has been among the top ten standards played worldwide, according to The Guinness Book of World Records.



As a composer and performer, Bonfá was at heart an exponent of the bold, lyrical, lushly orchestrated, and emotionally charged samba-canção style that predated the arrival of João Gilberto's more refined and subdued bossa nova style. Jobim, João Donato, Dorival Caymmi, and other contemporaries were also essentially samba-canção musicians until the sudden, massive popularity of the young Gilberto's unique style of guitar playing and expressively muted vocals transformed the music of the day into the music of the future. Camus' film and Gilberto's and Jobim's collaborations with American jazzmen such as Stan Getz and Charlie Byrd did much to bring Brazilian popular music to the attention of the world, and Bonfá became a highly visible ambassador of Brazilian music in the United States beginning with the famous November 1962 Bossa Nova concert at New York's Carnegie Hall.

Bonfá lived in the USA from the early 1960s until 1975. He worked with American musicians such as Quincy Jones, George Benson, Stan Getz, and Frank Sinatra, recording several albums while in United States. Elvis Presley sang a Bonfá composition, "Almost in Love", in the 1968 MGM film "Live a Little, Love a Little". Bonfá remained well-connected in the US after returning to Brazil, but his profile receded into relative obscurity during his final decades. His last album, 1997's "Almost in Love", was a collaboration with Brazilian singer Ithamara Koorax.

Bonfá died in Rio de Janeiro on January 12, 2001 from prostate cancer complicated by ischemia. He was 78 years old.

Friday 5 November 2010

One of my favourite albums ever


A studio meeting of two superb brazilian musicians traveling in Argentina early 70’s.

The percussionist, composer, inventor & singer Pedro Dos Santos or his well known nick name “Sorongo” recorded in 1968 the holy grail of brazilian music records, “Krishnanda” years ahead of his time.

On this record he shows many of the instruments he invented, one of them is the “Tamba” that the famous Tamba Trio used not only as a name but central percussion sound that makes Tamba so special. It's not a coincidence that Helcio Milito Tamba Trio percussionist/drummer produced Krishnanda for his big influence Pedro Santos.

Acoustic guitar virtuoso Sebastião Tapajós recorded with several artists from Gerry Mulligan to Hermeto Pascoal & soundtracks for brazilian movies.


taken from:

http://fattoro.blogspot.com/2009/12/sebastiao-tapajos-pedro-dos-santos-vol1.html#comment-form

Tuesday 2 November 2010

Com Cristina Caetano


Escrito por Cristina Caetano
Qui, 11 de Fevereiro de 2010 21:00

No processo da gravaçao do CD Cristina Caetano Interpréta Sebastião Tapajós & Parceiros, foram muitos os momentos em que me emocionei.

Ver todos aqueles músicos dando forma as músicas, NeyConceição que é uma simpatia de pessoa e excelente músico! Célio Vulcão que é de Santarém e desponta para o melhor da música brasileira, Edivaldo dando um show na bateria, Sebastião Tapajós violonista maravilhoso, que tem uma energia fantástica e faz musicas lindas com seu violão e Marcelo Bernarde(flauta transversa, flautim, sax) que chegou à Belém para dar o seu toque músical perfeito ao CD e deixou sua marca com lindas melodias e solos perfeitos.




Mas, houve um momento bem especial também, quando Sebastião falava ao telefone com alguém que eu não sabia quem era, de repente ele me passou o telefone e na linha estava o mestre do samba e bossa nova Billy Blanco que foi parceiro musical de grande feras da música brasileira, entre eles Tom Jobim, Baden Powel.

Eu realmente fiquei emocionada e feliz por sentir que ele está feliz com a gravação de músicas suas em parceria com o Tião no meu CD. Até insistiu em dizer fala pro Tião te mostrar uma outra música que fiz com ele, disse o nome mas não recordo agora.

Me parabenizou e me deu sua bênção!
À benção mestre Sebastião Tapajós!
À benção mestre Billy Blanco!

O virtuose Sebastiao Tapajos


Sebastião Tapajós nasceu em 16 de abril de 1944 em Santarém no Pará.

Sebastião Tapajós começou a estudar violão aos nove anos de idade, tendo seu pai como professor. Mudou-se para Belém e depois, em 1963, para o Rio, sempre continuando os estudos de violão clássico. Em 1964 foi para Portugal, onde se formou no Conservatório Nacional de Música de Lisboa. Depois estudou na Espanha com o famoso mestre Emilio Pujol, formando-se no Instituto de Cultura Hispânica. Depois de completar os estudos, voltou primeiro para Belém e depois para o Rio, procurando iniciar uma carreira de concertista. O evento que deu impulso decisivo à sua carreira foi a execução da obra-prima de Villa-Lobos, o Concerto para Violão e Pequena Orquestra, com a Orquestra Sinfônica Nacional no Teatro Municipal do Rio. A partir daí seguiram-se vários convites para concertos no Brasil e no exterior.

Nos anos seguintes, Tapajós foi mergulhando cada vez mais na música brasileira, tanto como compositor quanto como intérprete, pesquisando ritmos e temas populares e folclóricos. Essa pesquisa lhe possibilitou gravar vários discos formados exclusivamente por composições próprias, vazadas em um idioma musical genuinamente brasileiro. Porém não deixou de tocar composições de outros autores, como Tom Jobim, Baden Powell, João Pernambuco, Astor Piazzolla e outros. Igualmente continuou exercitando seu lado de solista clássico, interpretando peças de Heitor Villa-Lobos (de quem gravou em 1993 os famosos Estudos e Prelúdios, tão cultuados por todos os violonistas), Agustin Barrios, Antonio Lauro e Guido Santórsola, entre outros.

Tapajós é hoje um músico consagrado na Europa, onde se apresentou um sem-número de vezes durante as últimas décadas, particularmente na Alemanha. Naquele país o disco Guitarra Criolla foi eleito disco do ano em 1982. Ao longo da carreira, Tapajós gravou mais de 50 discos. Recebeu mais de 20 prêmios, tendo sido eleito melhor músico brasileiro em 1992 pela Academia Brasileira de Letras. Tocou com Gerry Mulligan, Astor Piazzolla, Oscar Peterson, Paquito D’Rivera, Zimbo Trio, Maurício Einhorn, Hermeto Pascoal, para mencionar apenas os principais. Tapajós sofreu um enfarte em junho de 2001, mas em setembro do mesmo ano já estava de volta aos palcos, apresentando-se no Teatro Municipal de Niterói.

O estilo de tocar de Sebastião Tapajós é vigoroso e incisivo, e o som que tira do instrumento é cheio e encorpado. Ele gosta de utilizar efeitos percussivos, variações de timbre (do som mais doce, tocando próximo à boca do instrumento, ao mais metálico, próximo ao cavalete do instrumento), sons harmônicos, repetição ritmada de acordes em ostinato e outros recursos.

texto de V.A. Bezerra, 2001 extraído do site www.ejazz.com.br

Sebastiao Tapajos in concert