Tuesday 2 November 2010

O virtuose Sebastiao Tapajos


Sebastião Tapajós nasceu em 16 de abril de 1944 em Santarém no Pará.

Sebastião Tapajós começou a estudar violão aos nove anos de idade, tendo seu pai como professor. Mudou-se para Belém e depois, em 1963, para o Rio, sempre continuando os estudos de violão clássico. Em 1964 foi para Portugal, onde se formou no Conservatório Nacional de Música de Lisboa. Depois estudou na Espanha com o famoso mestre Emilio Pujol, formando-se no Instituto de Cultura Hispânica. Depois de completar os estudos, voltou primeiro para Belém e depois para o Rio, procurando iniciar uma carreira de concertista. O evento que deu impulso decisivo à sua carreira foi a execução da obra-prima de Villa-Lobos, o Concerto para Violão e Pequena Orquestra, com a Orquestra Sinfônica Nacional no Teatro Municipal do Rio. A partir daí seguiram-se vários convites para concertos no Brasil e no exterior.

Nos anos seguintes, Tapajós foi mergulhando cada vez mais na música brasileira, tanto como compositor quanto como intérprete, pesquisando ritmos e temas populares e folclóricos. Essa pesquisa lhe possibilitou gravar vários discos formados exclusivamente por composições próprias, vazadas em um idioma musical genuinamente brasileiro. Porém não deixou de tocar composições de outros autores, como Tom Jobim, Baden Powell, João Pernambuco, Astor Piazzolla e outros. Igualmente continuou exercitando seu lado de solista clássico, interpretando peças de Heitor Villa-Lobos (de quem gravou em 1993 os famosos Estudos e Prelúdios, tão cultuados por todos os violonistas), Agustin Barrios, Antonio Lauro e Guido Santórsola, entre outros.

Tapajós é hoje um músico consagrado na Europa, onde se apresentou um sem-número de vezes durante as últimas décadas, particularmente na Alemanha. Naquele país o disco Guitarra Criolla foi eleito disco do ano em 1982. Ao longo da carreira, Tapajós gravou mais de 50 discos. Recebeu mais de 20 prêmios, tendo sido eleito melhor músico brasileiro em 1992 pela Academia Brasileira de Letras. Tocou com Gerry Mulligan, Astor Piazzolla, Oscar Peterson, Paquito D’Rivera, Zimbo Trio, Maurício Einhorn, Hermeto Pascoal, para mencionar apenas os principais. Tapajós sofreu um enfarte em junho de 2001, mas em setembro do mesmo ano já estava de volta aos palcos, apresentando-se no Teatro Municipal de Niterói.

O estilo de tocar de Sebastião Tapajós é vigoroso e incisivo, e o som que tira do instrumento é cheio e encorpado. Ele gosta de utilizar efeitos percussivos, variações de timbre (do som mais doce, tocando próximo à boca do instrumento, ao mais metálico, próximo ao cavalete do instrumento), sons harmônicos, repetição ritmada de acordes em ostinato e outros recursos.

texto de V.A. Bezerra, 2001 extraído do site www.ejazz.com.br

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