12/08/2009
Sebastião Tapajós faz três shows no Clube do Choro
Irlam Rocha Lima
Tapájós: “Sou um sobrevivente. Companheiros violonistas, como Luiz Bonfá e Baden Powell, já se foram”
Ultimamente, Sebastião Tapajós tem sido surpreendido por jovens músicos que o fazem voltar a trabalhos que, de alguma forma, haviam caído no esquecimento. “Dia desses, em São Paulo, onde fiz algumas apresentações, fui presenteado por um garoto com o CD de Painel, LP que havia gravado muito tempo atrás. Ele baixou na internet e deu novo formato ao disco”, conta sorrindo.
Teve mais: o violonista tinha guardado em casa um VHS com o registro de especial que fez para a TV Globo, em meados dos anos 1980. Também em São Paulo lhe chegou às mãos um DVD pirata do programa, no qual teve a companhia de músicos como Gilson Peranzzetta, Marco Pereira, Pedro Sorongo e João Cortez.
Atração desta semana do projeto Dorival para Sempre Caymmi, no Clube do Choro, Tapajós é um exemplo de instrumentista com muito tempo de estrada que continua sendo reverenciado pelas novas gerações. “Tenho mais de 50 anos de carreira e uns 70 discos lançados, no Brasil e no exterior. Sou um sobrevivente. Companheiros violonistas, com quem convivi, como Luiz Bonfá, Baden Powell e Paulinho Nogueira, já se foram”, comenta o músico, que também faz workshop gratuito na cidade, nesta quinta-feira, às 10h.
Para ele, Dorival Caymmi, o homenageado deste ano do Clube do Choro, é um dos pilares da música popular brasileira. “A obra do Caymmi só tem clássicos. É impressionante como ele fez música boa, principalmente samba. Gravei pouco, mas sempre tive o maior respeito por ele”, revela. No roteiro do show que fará de hoje a sexta-feira, às 21h45, acompanhado pelos também violonistas Henrique Neto e Rafael dos Anjos (ambos do grupo Choro Livre), foram incluídas Maracangalha e Saudade da Bahia.
Inéditas
Do próprio repertório, Tapajós vai mostrar temas antigos, alguns mais novos e três inéditos. “Compus há pouco o choro Um pro Ney, uma homenagem ao contrabaixista Ney Conceição, que me acompanhou em apresentações recentes em São Paulo”, conta. Também estão no roteiro Rio abaixo e Bonzeiro, que fez inspirado nas águas do Rio Amazonas, e Valsa de 15 anos, composta para Zuília, filha de um amigo de Santarém (PA), onde voltou a morar há algum tempo.
Outra música inédita do compositor paraense é Primavera. “Essa eu fiz em Brasília, no começo da primavera, no ano passado. Além de ter a primavera da capital como fonte de inspiração, compus o tema para homenagear a escritora Vera Brant. É um choro lento, moderno, que também será ouvido no show”, antecipa.
No DVD que gravará ainda neste semestre em Belém, Sebastião Tapajós vai reunir composições antigas, registradas em velhos bolachões, outras retiradas do repertório de CDs e, também, algumas inéditas. “O projeto já foi aprovado e decidi que terá apenas músicas da minha autoria em solos de violão”, adianta.
Friday, 14 August 2009
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